quinta-feira, 2 de maio de 2013

Os 3 meses eternos

Depois que a ficha realmente caiu de que eu estava grávida e não tinha o que fazer para voltar no tempo e mudar a situação... veio o conflito interno. E as 165798432 dúvidas que surgiam de como eu ia me sair nisso tudo, como eu cuidaria sozinha de um bebê, a reação dos meus pais e porque Deus tinha me mandado uma criança se eu não tinha me planejado e não estava pronta para cuidar?! Eu só conseguia chorar e chorar todos os dias... Queria acabar com toda aquela agonia logo, sair correndo, gritando e poder dividir tudo isso com minha mãe mas eu "congelava" quando ela me perguntava o que estava errado e eu tentava contar.
Mais um "antes que vocês perguntem": ela sentia que algo muito sério acontecia comigo e tentou descobrir inúmeras vezes mas eu não deixei. Arrumava uma desculpa quando ela marcava médicos para mim, parei de me trocar na frente dela e das minha irmãs, tomava banho com a porta trancada e eu tinha emagrecido muito por conta dos enjoos, então minha barriga era zero! Como tínhamos mudado para Campinas havia poucos meses, sentia muito frio por causa do vento então sempre usava moletom e virou "uniforme" junto com as blusas bem largas quando a barriga começou a crescer.
Meu chão não voltava, não existia a tal da luz no fim do túnel (estava mais para labirintol! rsrsrs) até que uma noite dormi chorando, como de costume e senti que estava flutuando e alguém me pegava no colo.... mas era tão gostoso, grande, iluminado, acolhedor, suave que eu nem me lembrava quando tinha me sentido assim, tão protegida! Acordei com uma sensação de leveza absurda, sentia que tinha perdido uns 300kg e o "peso" nas costas tinha diminuído também. O que seria? O meu problema seria solucionado? Minha mãe iria descobrir logo ou eu estava pronta para contar? Passaram mais uns dias até que tive um "sinal" (pra não dizer tapa na cara) que minha pergunta estava sendo respondida.
Acredito que temos um período de adaptação para todos os tipos de situações, que deve ser respeitado. Mas, no meu caso, ele foi muito forte e demorado.... poderia ter curtido a gravidez e dividido isso com minha família. Não conseguia enxergar que tinha ganhado o melhor presente da vida e que o resto não era importante. Depois de tudo esclarecido... percebi que esses meses foram essenciais para eu ficar bem resolvida com a situação e com a minha vida até hoje (e acho que para sempre)! E ainda economizei "encheções" que teria quando o pai da criança ficasse sabendo (prometi que ele seria o último a saber pois sentia que dali não viria o apoio que eu precisava).
Vou contar para vocês que, quando recebemos esses "chacoalhões" da vida ou é porque estávamos prontas para receber o que foi mandado ou ficaremos no susto mesmo! Como minha mãe sempre falou: "Não tem solução? Solucionado está"!


Um comentário:

Anônimo disse...

Estou adorando Thaty!!!Muito lindo e emocionante!!

Gostou?

Translate

Top 5